sábado, 20 de outubro de 2012

Apenas uma faísca




Alguns diriam que meus olhos estão nebulosos
Não seria um brilho normal como os outros
Pessoas dizem que sou louco por gostar
Até onde você aguentaria chegar?

Essa noite é a única que você pode me ofuscar
Estou cansado de cessar meu fogo para você
Você é a pedra que menos brilha
Um dia será apenas você e mais nada

Eu consigo te ver na escuridão
E eu apenas estou me divertindo assistindo
Você não vai aguentar por muito tempo
Você sabe que sua luz não é infinita

Você burla regras e ainda assim não sobrevive
Não sente nada a não ser sua morte a caminho
Quando as luzes ficarem loucas será o final
De um brilho que na verdade era apenas uma faísca

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu, minha máquina e, agora, meu café



Estava apenas escrevendo rascunhos sobre a bancada, dando uma golada de café a cada um minuto. Apenas eu e minha  máquina de escrever. Eramos como amantes,  ela me entendia. Já estava na hora de começar a redigir as características dos personagem, começando do garoto principal da história. Quando me dei conta, eu já havia de escrever todos os personagem e já estava inventando alguns, deve ser algo que o café por minuto responda. Agora na página cem, eu já estava escrevendo o conflito maior da história, e sem perceber, já passara de 4 da manhã. Era apenas eu e minha máquina, e agora, meu café. Não bastava apenas um gole para me despertar, já era tarde, e o café já estava a acabar. O som ao bater meus dedos nas teclas da máquina era algo relaxante, um tanto alto. 
Era algo que me fazia permanecer acordado. Enquanto eu estava a escrever, escutava vozes em minha cabeça, eram ensurdecentes. O som do relógio da torre me desperto de um breve cochilo, eu já estava dormindo sem saber. Tinha acabado de tomar o último gole de cafe quando a máquina engoliu a última página do livro, ela rasgou, juntamente com meus olhos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tapete Vermelho


Todos estavam esperando a grande atração chegar a festa. Pontos luminosos de paparazzis insanos começaram a ser disparados, ela estava por vir. Só se ouvia falar dessa garota nos meses anteriores, era uma descoberta musical inacreditável. Um pequeno ponto moreno aparecia no tapete vermelho. Lábios escuros, olhos esverdeados, cabelos negros, era Lizy. Todo gritavam com a presença da pop star  e ela não conseguia ser menos sim pática que o normal. Ela era um ícone mundial  uma garota normal, virando uma grande pop star da noite para o dia, mas Lizy nunca foi tão sortuda quanto ela é agora, e ela tem a vida que passa hoje, por sua sorte de encontrar uma pessoa maravilhosa, Grace. Lizy pensava todos os dias várias coisas que não estavam estampados nos tabloides,  uma longa história de sofrimento.  
                     Quando apenas tinha 10 anos de idade, seu padrasto a molestava, e mesmo sua mãe sabendo do fato, não fazia nada, pois amava incondicionalmente seu marido. Ela tinha uma vida atordoada.  Não tinha amigos na escola, não tinha boas notas, não prestava atenção nas aulas. Tudo isso era o efeito colateral do que ocorria em sua casa. Mas em uma dia, uma garotinha da escola, viu que Lizy estava chorando no banheiro, e viu pela pequena abertura da porta do box, roxos em toda parte do corpo. A garotinha ficou espantada com tal cena e ficou imóvel. 
Após Lizy sair do box, Jane, a garotinha saiu correndo do banheiro em direção a sala da diretora. Quando Jane chegou, demorou alguns minutos mas a pequena garotinha contou tudo que havia visto. Após algumas horas refletindo, a  diretora já imaginava o poderia ser, já que o padrasto de Lizy, era na verdade seu ex marido.  No mesmo instante que a "ficha caiu", ela foi direto a polícia, informando do fato. Naquela mesma noite, o padrasto foi acusado de pedofilia, e no mesmo instante que descobriu, fugiu de casa. A mãe de Lizy, inconformada com o tal ato de seu marido, acusou a própria de ter feito se oferecido para seu marido. E após muitas discussões, a garota foi espancada pela própria mãe. A pobre criança indefesa, não pensou em mais nada, a não ser sair daquela casa a qualquer custo. 
Ela ficou por horas sentada na praça principal da cidade, até que a Jane e sua mãe passaram pela praça e a avistaram. Grace, mãe de Jane, já estava sabendo do que ocorrera com a pobre criança. Ela só teve uma fala para Lizy, que foi "Vamos querida, o jantar ja vai ser servido". Lizy não podia voltar a sua própria casa, e Jane, parecia ser uma mulher adorável. Então. a garota enxugou as lágrimas e a foi correndo abraçar Grace. E depois daquele dia, todos os outros foram apenas dias normais. Depois de Lizy refletir sobre seu passado, ela avista um homen que já tinha visto algumas noites atrás, mas ela o ignorou e seguiu andando pelo tapete vermelho.  Por falta de sorte, o estranho homem, não era exatamente estranho.